4 de dezembro de 2015

Resenha | Convergente - Veronica Roth

ATENÇÃO! A resenha pode conter spoilers dos dois primeiros livros da trilogia, Divergente e Insurgente.

Título: Convergente - Trilogia Divergente, Livro 03
Autor: Veronica Roth
Editora: Rocco
Páginas: 528
Ano: 2013
Adicione: Skoob
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Resenha Divergente

A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de poder, marcada pela perda e pela traição. Em Convergente, o poderoso desfecho da trilogia de Veronica Roth iniciada com Divergente e Insurgente, a jovem será posta diante de novos desafios e mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor. O livro, que chega ao Brasil no momento em que Divergente estreia nos cinemas, alcançou o primeiro lugar na lista de bestsellers do The New York Times.


Após o final bombástico de Insurgente, fiquei muito curiosa para ler Convergente e descobrir o que há de tão importante do lado de fora da cerca.

O problema é que em um lindo dia, passeando pelas redes sociais, acabei por pegar um spoiler a respeito do final do livro. A princípio acreditei que isso não afetaria minha leitura, mas foi um ledo engano. Depois das 150 primeiras páginas, meu ritmo diminuiu drasticamente porque eu não queria chegar ao final e acabar descobrindo que aquele spoiler era verdadeiro, o que me fez demorar quase três meses até conseguir concluir totalmente Convergente.

O livro se inicia com Tris presa, depois do golpe de Evelyn e dos sem-facção, em que ela instaura uma ditadura na qual as facções estão deixando de existir e todos devem se misturar, se denominando a líder no poder. Apesar do vídeo deixado por Edith Prior, ela acredita ser perigoso sair da cidade, e não pretende deixar ninguém ir. 

O problema é que existe um grupo, que se denominam Os Leais, que são contra essa ditadura de Evelyn e pretendem restabelecer as facções, além de estarem pretendendo fugir de Chicago para descobrir o que há de tão importante nos Divergentes e na mensagem de Edith.

Depois de serem julgados e libertados das acusações, Tris, Christina e Cara acabam por se juntam também a Peter, Quatro, Zeke e mais algumas pessoas, para realizar a tarefa de deixar a cidade e desvendar todos os mistérios por trás da cerca e do aviso.


Uma das novidades de Convergente é a narrativa. Enquanto os dois primeiros livros da série foram inteiramente pelo ponto de vista de Tris, nesse terceiro livro há uma alternância entre Tobias e Tris. É muito bom começar a conhecer melhor Quatro e estar mais em sua cabeça, entendendo suas atitudes. Ainda sim, a personalidade dele para mim pendeu mais para a mesma que vimos em Insurgente, em que ele começa a tomar algumas atitudes questionáveis, diferentemente do que víamos em Divergente. Mas, apesar desses poréns que me desanimavam, foi impossível não continuar apaixonada pelo protagonista, que é um dos meus crushes literários favoritos <4.

Já Tris continuou tendo aqueles sentimentos mais humanos que vimos no segundo livro, em que ela vem se deixando abater pelos acontecimentos e perdas que sofreu, não tentando ser corajosa do início ao fim, mostrando que ao mesmo tempo que tinha seus momentos de força, ela também ficava vulnerável. Veronica desenvolveu muito bem a personalidade da protagonista no decorrer da série, pois conseguimos ver seu amadurecimento ao longo de toda a trilogia. Porém, aqui a autora tentou mostrar o ápice de sua coragem, fazendo Tris se arriscar e lutar pelas pessoas que ama, independente da maneira pela qual elas tenham agido com ela.

O romance entre Tris e Quatro deu uma leve esfriada nesse livro. Apesar de ter os momentos amorosos em que passam juntos, existem alguns fatores que os separam, até porque cada um acaba por seguir uma linhagem diferente de pensamento após algumas descobertas, e isso acaba afastando-os aos poucos, apesar de o amor ainda existir.
''Eu me apaixonei por ele. Mas não fico com ele de maneira automática, como se não existisse mais ninguém disponível para mim. Fico com ele porque decido fazê-lo todos os dias quando acordo e sempre que brigamos, mentimos um para o outro ou nos desapontamos. Eu o escolho continuamente, e ele me escolhe também.''     Pág. 371

A primeira grande revelação do livro, o que está do outro lado da cerca, acabou por me desapontar. Digo isso porque eu estava com a expectativa de encontrar algo diferente e sobrenatural, não fatores tão normais e humanos, o que acabou sendo uma grande surpresa para mim.

Apesar de ser cheio de revelações, diria que a primeira metade do livro acaba por ser um tanto parada, sendo que a ação mesmo começa a ocorrer só depois, e quando se inicia, é um arrebatamento completo. Ainda sim, são essas descobertas que vem surgindo desde o início que nos deixam ansiosos para continuar e descobrir como tudo terminará.

O final é um tanto quanto triste e não era o desfecho que eu esperava para a série. Acabou sendo algo que me irritou profundamente, pois a autora tinha tantos bons caminhos para seguir e explorar, sendo que chegou a ser até cansativo e óbvio que ela se arriscaria de novo. E o 'depois' do acontecimento principal também foi desanimador. Em suma, um final que tinha tudo para ser incrível e fechar a trilogia salvando alguns poréns que haviam surgido ao longo dos livros, acabou por ser um desastre ainda maior. (Minha opinião, de leitora decepcionada, apenas).

Se pararmos para analisar o fim da história como algo real em nossa sociedade, dentre todas as lutas que ocorreram ao longo dos anos, o desfecho até pode ser cabível (não sei se isso ficou compreensível, but ok). Mas, como gosto de dizer, costumamos ler para fugir do nosso mundo e viver em realidades diferentes que, às vezes, pareçam perfeitas, e nos deixem feliz por poder estar ali, ao lado de nossos personagens favoritos, e o fim da obra acaba por quebrar esse encanto.


Fazendo uma análise geral da trilogia, para mim Divergente foi o melhor livro dentre os três, uma distopia incrível que me conquistou e que tinha tudo para melhorar, além de um universo muito bom para ser explorado nos próximos volumes. Porém, a partir de Insurgente algumas coisas já começaram a me incomodar, como a personalidade de alguns protagonistas que sofreram algumas mudanças. Por fim chegamos a Convergente, encerramento da trilogia que acabou por decair ainda mais, como se Veronica Roth tivesse ideias maravilhosas para o primeiro livro, mas ao decorrer da série acabou se perdendo de seu propósito.

Ainda sim, não posso deixar de recomendar a trilogia por motivos de ser muito apaixonada pelo primeiro livro, e pelo sentimento de identificação e amor que sinto por Tris e Quatro. Mas já aviso, caso for se aventurar nessa Chicago futurista, para que você esteja emocionalmente preparado para o que poderá encontrar ao longo da série!

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